São Paulo x Estudiantes - um jogo limpo
São Paulo e Estudiantes de
O jogo foi duro, foi tenso, foi muito disputado. Porém, não houve lances desleais, não vimos faltas violentas, tampouco discussões entre jogadores, um empurrando o outro e de repente um monte de gente se empurrando. Até surgiu uma pequena possibilidade, mas logo foi extinta, pelos próprios jogadores dos dois times e pelo juiz chileno. E isso foi muito bom, deixou uma sensação boa no final,nada de raiva por um ou outro jogador, nada de ódios tolos, sem razão e sem necessidade. Também nas arquibancadas e arredores do estádio não houve registro de problemas. Ufa! Foi apenas um disputado jogo de futebol.
O jogo em si não primou pela técnica refinada, mas foi emocionante e muito bom de assistir. Para mim, foram dois os personagens da partida: Diego Simeone, ex-jogador argentino, duro e, muitas vezes, violento, estreou como treinador à frente do Estudiantes. E Rogério Ceni, goleiro do São Paulo.
Todos esperavam que Simeone armasse o Estudiantes atrás, jogando defensivamente, fazendo valer sua vantagem de jogar pelo empate. O próprio São Paulo preparou-se para enfrentar esse tipo de jogo. Mas não, nada disso, o Estudiantes entrou em campo defensivamente forte, mas igualmente forte nos contra-ataques e, sobretudo, na intenção de atacar e manter o São Paulo preso em seu próprio campo. Isso foi feito de forma muito inteligente e perspicaz. Quando a bola estava com o São Paulo para reposição, o Estudiantes recuava, marcando todos os jogadores do São Paulo em condições de receber a bola, mas deixava livres de marcação os três zagueiros, dois dos quais eram reservas.
Uma liberdade aparente, falsa, enganadora. Sem opções para um passe seguro mais adiante, a bola era tocada entre os três zagueiros e o goleiro Rogério, reconhecidamente um excelente jogador com a bola nos pés. Para muitos analistas, é o goleiro que melhor trabalha a bola com os pés em todo o futebol mundial. Quando a bola cruzava o campo de um lado a outro, e caía com Edcarlos ou, mais frequentemente, Fabão, o jogador mais próximo dava um bote. Algumas vezes a bola chegou a ser roubada, criando situações potenciais de perigo. Em outras, o zagueiro, apertado pelo ataque, mandava a bola para longe de qualquer jeito, quando ela ia para fora ou caía sob domínio argentino.
Essa medida simples e eficaz demonstrou que Simeone analisou cuidadosamente a forma de jogo do São Paulo e as características de cada um de seus jogadores. Com isso, além de ter criado algumas situações de risco, atrasou o jogo do São Paulo e isolou sua defesa do meio-campo e do ataque.
No mais, foi um time que se defendeu com garra e determinação atrás. O São Paulo conseguiu criar poucas jogadas de gol, apesar da movimentação de seus atacantes, alas e meio-campistas. Finalmente, sempre que o gol esteve próximo, o goleiro Herrera apareceu bem. As melhores oportunidades para o São Paulo nasceram de jogadas rápidas, com um só toque na bola em progressão rumo ao gol, ou em jogadas pelas laterais e linha de fundo. O gol, por sinal, nasceu da cobrança de uma falta sobre Leandro bem próxima à linha de fundo. O zagueiro Edcarlos entrou pelo meio e tocou de pé esquerdo a bola cruzada para as redes de Herrera, no final do 1º tempo.
Com 1x0, a disputa foi para a cobrança de pênaltis. Herrera adiantou-se e defendeu bem a 4ª cobrança do São Paulo, feita por Danilo. O placar estava igual, 3 chutes e 3 gols para cada lado. Agora, com a defesa, a vantagem era do Estudiantes e a classificação estava muito próxima. Rogério não reclamou do avanço de Herrera, mas adiantou-se, também, e defendeu a 4ª cobrança do Estudiantes , feita por Alayes. Herrera reclamou, mas nada resultou. Junior converteu a última cobrança e pôs o São Paulo.
Marcadores: Libertadores Mundial LatinoAmerica
5 Comments:
At 6:31 PM, Anônimo said…
O Rogério é bom demais!
Mas o São Paulo manteve a calma, isso foi importante.
Os argentinos são sempre difíceis. Prefiro os mexicanos agora.
Adalberto (não sou anônimo... risos)
At 7:54 PM, Anônimo said…
Oi Emersom, pelos melhores momentos foi um jogo muito ruim.
Agora uma coisa eu achei incoerente, o Rogerio /ceni disse que a torcida estava de parabens.
Parabens pelo que? por invadir o morumbi??
At 8:11 PM, Emerson said…
Iara, o jogo foi emocionante. Não espere jogo eliminatório de Libertadores com firulas e meia dúzia de gols. Foi disputado, pensado, um jogo interessante.
E a torcida teve comportamento exemplar: em nenhum momento vaiou, apoiou o tempo todo, jogou com o time. Essa é a torcida do SP na Libertadores.
Que invasão? Ah, meia dúzia de 30 ou 40 torcedores num universo de 66.000. A PM pôs todos pra correr em dois minutos. :o)
Também prefiro os mexicanos, Adalberto.
At 12:10 AM, Anônimo said…
no pude ver el partido, pero si vi el de Chivas Velez. Algo le est'a pasando al f'utbol de clubes argentino. Que descalabros ante supuestamente equipos menores.
At 10:59 AM, Emerson said…
Csai, creio que você se refere à eliminação do River pelo Libertad.
O Chivas Guadalajara é um time forte e grande, e é, também, a base da seleção mexicana na Alemanha, com 6 jogadores convocados.
A Libertadores costuma apresentar surpresas como o Libertad, Once Caldas e outros times de menor expressão.
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